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sábado, 11 de fevereiro de 2017

CONDIÇÕES DE TRABALHO NO TRANSPORTE COLETIVO:

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CONDIÇÕES DE TRABALHO NO TRANSPORTE COLETIVO:
Desgaste e Responsabidade do Motorista de Ônibus.
Luiza de Resende Mendes
GEPET/FACE/UFMG.  Rua Olinda, n
º
º
 544 apto: 204.  Bairro Nova Suíça. Belo Horizonte - MG.
CEP: 30 460 680  - TEL/FAX: (031) 334 8565
ABSTRACT
The  objective  of  the  is  to  contribute  for  an  understand  of  work  conditions  of  collection
urban bus drives, it representations above this conditions and the possible impacts of these
for  the  quality  service  offered,  occupational  health  and  organization  performance.  The
complaint  to  make  reference:  Human  contact, 
responsability,  occupation  image,  physics
exigency, accident danger, assault danger, noise, temperature and illumination. As results,
verify that better conditions works are very important in collective transport.
KEY WORDS: 
Work Conditions, Collective Transport, Ocupational Health.
1 - INTRODUÇÃO:
O   
trabalho, 
categoria  de  estudo  complexa,  as  condições  de  realização  deste  e  suas
possíveis  conseqüências  constituem-se  em  tema  sujeito  à  diversas  compreensões.  Este
artigo  tem  como  objetivo  apresentar  resultados  e  reflexões  a  respeito  das  condições  de
trabalho de motoristas de ônibus na cidade de Belo Horizonte.
Este  estudo  foi  desenvolvido  com  motoristas  de  ônibus,  pois  nesta  cidade  é  a  forma  de
transporte coletivo mais importante, sendo que, aproximadamente 70% da população dele
depende para seus deslocamentos diários (GOUVÊA, 1992).
No  caso  do  transporte  coletivo,  o  comportamento  dos  operadores  tem  grande  relevância,
pois  trata-se  de  atividade  essencial  à  população  e  de  muita  responsabilidade.  Erros  no
trabalho  do  motorista  podem  ocasionar  acidentes  que  colocam  em  risco  a  vida  de  um
grande número de pessoas.
A   investigação   das   condições   de   trabalho   é   realizada   por   áreas   de   conhecimento
diversificadas,  dependendo  do  referencial  utilizado  para  “olhar”  o  trabalho.  Para  a  análise
específica das condições de trabalho, foi utilizada uma categorização baseada, entre outros,
em ALBRECHT (1988).
2 - CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS MOTORISTAS DE ÔNIBUS URBANO:
Os  estudos  a  respeito  das  condições  de  trabalho  de  motoristas  no  transporte  coletivo  por
ônibus  são  recentes  e  em  pequena  quantidade  se  comparados  à  pesquisas  com  outras
categorias  profissionais.  Ramos  (1991)  destaca  que  o  primeiro  trabalho  a  respeito  deste
assunto que se tem notícia no Brasil data de 1973.  Também na literatura internacional, as
investigações deste tema não aparecem com abundância. Estas pesquisas, em sua maioria,
procuram estabelece relação entre as condições de trabalho e o adoecimento. Observam-se
coincidências  tanto  em  relação  às  causas  de  desgastes,  quanto  às  conseqüências  para  a
saúde dos operadores neste estudos.
A análise das condições de trabalho dos motoristas de ônibus urbano é tarefa complexa, em
decorrência  dos  diversos  aspectos  que  caracterizam  a  atividade.  Diferente  de  outros
profissionais,  o  motorista  exerce  suas  funções  ‘extra-muros’  da  empresa,  o  que  imprime
maior possibilidade de imprevistos e torna ampla a análise deste trabalho. Considerando a
diversidade da atividade profissional do motorista e a impossibilidade de compreensão de
todos  os  aspectos  de  suas  condições  de  trabalho,  esta  análise  irá  abordar    os  temas  que
surgiram com maior freqüência como queixas de desgaste.
Variáveis  Físicas:
    Destacou-se  como  variáveis  físicas  relevantes  o  ruído,  temperatura  e
iluminação.
O  ruído  foi  apontado  como  forte  fator  de  desgaste  no  trabalho,  em  especial  o  barulho
oriundo  do  motor,  localizado  na  parte  dianteira  do  veículo.  Outras  fontes  geradoras  de
ruído  relevantes  são  a  campainha,  o  barulho  dos  passageiros,  buzinas,  ruído  da  porta
automática e trânsito.
A  temperatura  elevada  foi  destacada  como  fator  de  desconforto.  Esta  é  decorrente,  em
especial  da  localização  do  motor  na  parte  dianteira  do  veículo,  sendo  agravada  pela
vedação deficiente. Outros fatores que contribuem para a elevação da temperatura são a má
circulação de ar no interior dos veículos, o acúmulo de passageiros em horários de ‘pico’ e
a  própria  temperatura  externa.  Destacou-se  com  freqüência  a  temperatura  elevada,  sendo
que variações ou temperaturas muito baixas aparecem com menor freqüência. Às variações
de temperatura são referidas como causas de doenças do aparelho respiratório.
A  claridade  excessiva  decorrente  do  reflexo  do  sol  no  vidro  de  outros  veículos    consistiu
também, em desgaste laboral.
Status no Trabalho
: A auto-imagem do motorista e a representação que possui a respeito
de  sua  profissão  contribui  para  seu  bem  estar  ou  desgaste  no  trabalho.  A  atividade  de
trabalho,  ao  mesmo  tempo  que  comporta  uma  significação  narcísica,  pode  suportar
investimentos simbólicos e materiais destinados a um outro, isto é ao objeto. (DEJOURS,
1980).
O ato de dirigir e o automóvel associam-se, em nossa sociedade, a poder, a independência
e a masculinidade. O trabalho do motorista possui um simbolismo em determinados, que o
transforma em aspiração profissional. Segundo Dejours (1980),  “A atividade de trabalho,
pelos gestos que ela implica, pelos instrumentos que ela  movimenta, pelo material tratado,
pela  atmosfera  na  qual  ela  opera,  veicula  um  certo  número  de  símbolos.  A  natureza  e  o
encadeamento  destes  símbolos  dependem,  ao  mesmo  tempo,  da  vida  interior    do  sujeito,
isto é, do que põe, do que introduz de sentido simbólico no que o rodeia e no que ele faz”.
Neste  estudo  observamos  que  o  significado  atribuído  pelo  motorista  a  seu  trabalho  é
paradoxal.  A  maioria  dos  entrevistados  diz  ter  escolhido  a  profissão  por  sempre  ter
desejado  ser  motorista  e  espera  no  futuro  continuar  trabalhando  nesta  profissão.  Esta
escolha  é,  constantemente,  atribuída  a  um  ‘dom’,  uma  vocação.  Poucos  relataram  ter
escolhido esta profissão por falta de oportunidade. Entretanto, relatou-se decepções quanto
à situação atual.
Contato  Humano: 
A  queixa  mais  constante  entre  os  entrevistados  refere-se  ao  contato
humano.  Os  passageiros  são  fonte  constante  de  conflitos  e  é  a  eles  que  os  motoristas
atribuem  suas  principais  dificuldades  no  trabalho.  Este  foi  o  aspecto  mais  relevante,
considerado como o principal fator de desgaste.
As reclamações de passageiros, ameaça constante para os motoristas, foram relatadas como
excessivas e nem sempre consistentes. Estas representam a possibilidade de uma avaliação
negativa do desempenho do motorista, que não sabe, porém o efeito real deste ato quanto a
punições.  Os  passageiros  cobram  do  motorista  uma  autoridade  que,  na  realidade,  muitas
vezes   ele   não   possui.   Sendo   um   trabalho   que   se   mantém   contato   com   pessoas
diversificadas,  os  acontecimentos  são,  muitas  vezes  inesperados.  Os  incidentes  com
passageiros  são,  segundo  os  entrevistados,  constantes  e  refletem-se  no  bem-estar  do
motorista e na qualidade do serviço prestado.
Os  conflitos  são  também  percebidos,  pelos  motoristas,  como  decorrentes  de  falhas  do
sistema, tais como horários superlotados e como decorrentes das condições dos veículos.
A  caracterização  dos  usuários  e  o  tipo  de  conflito  existente  está  associada  com  da
linha operada. Algumas linhas são consideradas mais difíceis, principalmente aquelas cujo
ponto final é em favelas.
Em  relação  aos  passageiros  idosos,  inicialmente  os  motoristas  relataram  ter  respeito  e
atribuíam  à  outros  colegas  a  “má-vontade"  em  transportá-los.  Apenas  nos  grupos  de
discussão admitiram a rejeição a estes usuários.
Responsabilidade:
Outro   aspecto   relevante   quanto   às   condições   de   trabalho   é   a
responsabilidade  da  função.  A  maioria  dos  entrevistados  ressaltou  a  importância  de  se
transportar vidas humanas, o que confere ao trabalho uma maior cobrança social.
Desafio  Mental:
  O  motorista,  em  suas  atividades,  está  sujeito  a  sobrecarga  psíquica  e
cognitiva. Opera um grande número de informações, tais como sinalizações, condições das
vias,  demandas  dos  passageiros  por  embarque/desembarque,  outros  motoristas,  pedestres,
horários  e  funcionamento  do  veículo.  Observa-se  uma  ambigüidade  entre  o  grau  de
exigência cognitiva da tarefa e a escolaridade da maioria do motoristas.
Conforto e Higiene:
A inadequação dos pontos terminais é de grande incômodo. A grande
maioria  dos  pontos  finais  não  dispõem  de  local  adequado  para  que  os  motoristas  façam
suas refeições, nem fornecem água potável.
Outro  agravante  é  a  inexistência  de  instalações  sanitárias.  Alguns  motoristas  utilizam
banheiros  de  ‘favor’  em  bares  ou  residências,  muitos  relataram  não  possuir  qualquer  tipo
de banheiro disponível.
A  ausência  de  instalações  sanit
árias,  de  água  potável  e  de
local adequado para as refeições é fator de vergonha, humilhação pelos motoristas.
Carga de Trabalho:
A jornada diária dos motoristas de ônibus urbano em Belo Horizonte
é de sete horas e vinte minutos. Entretanto, seu prolongamento com a realização de horas-
extras é constante. Esta prática possui para os motoristas um significado duplo: ao mesmo
tempo que reclamam de cansaço, desejam fazê-las para aumento de renda.
Quanto  aos  intervalos  de  descanso,  verificou-se  que  nem  todos  os  motoristas  têm  horário
para refeição. As pausas entre as viagens dependem das condições da operação, sendo que
a  pressão  do  tempo  é  constante.  Esta  pressão  é  exercida,  segundo  os  entrevistados,  pelos
passageiros.
Diversos  motoristas  trabalham  em  horários  que  se  estendem  pela  madrugada  ou  que  tem
seu  início  neste  período,  sendo  esta  situação  e  desgaste.  Também  a  ausência  de  férias
também representa sofrimento.
Trânsito   e   Riscos   de   Acidentes:
      O   trânsito   destaca-se   como   grave   dificuldade
apresentada  pelos  motoristas  quanto  às  condições  de  trabalho.  Com  o  desenvolvimento
urbano e aumento da frota de veículos, constata-se um aumento significativo na ocorrência
de  acidentes  e  na  mortalidade  decorrente  destes.  Calcula-se  que  ao  ano  ocorrem  cerca  de
700.000  mortes  em  conseqüência  dos  acidentes  de  trânsito  e  mais  de  quinze  milhões  de
feridos  em  todo  o  mundo  (HOFFMANN,  1996).  Ressalta-se  porém,  que  a  mortalidade  é
maior no transporte rodoviário.
As queixas dos motoristas quanto ao trânsito são constantes. As cobranças são paradoxais,
há a necessidade de desenvolver maior velocidade em função do tempo, mas os passageiros
queixam da velocidade. Aliado a isto, os motoristas criticam a disposição de alguns pontos
de parada de ônibus.
Para superar atrasos oriundos do trânsito, muitas vezes os motoristas
têm atitudes que poderiam causar acidentes, cabendo ao órgão gestor e a empresa rever os
itinerários  e  tempos  necessários.  As  dificuldades  encontradas  no  trânsito  refletem-se
diretamente no relacionamento com os passageiros.
Outra  queixa  constante  relaciona-se  aos  riscos  e  responsabilidade  nos  acidentes,  em
especial  à  responsabilidade  financeira.  O  pagamento  de  multas  é,  também,  também
representado como responsabilidade excessiva.
Assaltos:
  Entre  as  principais  queixas  quanto  às  condições  de  trabalho,  os  motoristas
destacaram  o  risco  de  assaltos  e  o  contato  com  passageiros  agressivos.  Observando  os
índices  de  assalto  a  ônibus  em  Belo  Horizonte  constatamos  que,  mesmo  não  sendo  tão
alarmantes   quanto   outras   capitais,   merecem   atenção   das   autoridades   competentes.
Interessante observar a variação ocorrida entre o primeiro semestre de 1995 /1996.

O  aumento  de  roubos  em  Belo  Horizonte  (35%)  e  na  região  metropolitana  (51,8%)  foi
significativo.  Todos os entrevistados tinham um caso de assalto, vivenciado por ele ou por
algum colega, para relatar. A queixa quanto à falta de proteção foi constante.
3 - REFLEXOS DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO:
Os impactos oriundos das condições de trabalho refletem-se  nos operadores, na empresa e
na  sociedade.  Ressalta-se  que  não  podemos  estabelecer  uma  relação  de  causalidade  direta
entre estas condições e o aparecimento de distúrbios, pois uma série de componentes socio-
psico-biológicos interferem neste processo.
As  condições  de  trabalho  vivenciadas  pelos  motorista  refletem-se  em  sua  saúde  física,
saúde  mental  e  no  seu  relacionamento  ‘fora  do  trabalho’,  com  familiares  e  amigos,
podendo  levar  até  mesmo  à  comportamentos  auto  destrutivos  e  de  grande  risco  para  a
sociedade como o consumo de álcool.
O ruído destaca-se ocasionando distúrbios emocionais, tais como irritação e dificuldades de
concentração,  dores  de  cabeça,  aumento  da  pressão  arterial,  problemas  digestivos  e
cardiovasculares,  decorrentes  do  stress  e,  até  mesmo,  a  perda  auditiva.  Foram  relatados
sonhos com o barulho do ‘dia-a-dia’ e diminuição da paciência e carinho com filhos.
A  temperatura  excessiva  a  qual  o  motorista  encontra-se  exposto  é  uma  das  causas  de
varizes,  desidratações  e  contribui  também  para  o  stress,  aumentando  a  irritabilidade  e
diminuindo a concentração. À  iluminação são atribuídos problemas de vista e cansaço.
A  posição  ergonômica  incorreta  representa  um  sério  risco  à  saúde.  O  motorista  trabalha
sentado  por  diversas  horas,  acionando  diversos  comandos  com  membros  inferiores  e
superiores ao mesmo tempo, sendo a embreagem o que requer maior esforço. Muitas vezes
é  necessário  assumir  uma  postura  intermediária  entre  a  sentada  e  a  semi-sentada.  A  esta
postura  fatigante  são  atribuídos  problemas  de  coluna,  hemorróidas,  varizes,  problemas
renais e fadiga muscular.
O   trânsito,   o   contato   com   passageiros   e   a   pressão   decorrente   das   exigências   de
cumprimento  dos  horários  são  fatores  que  tornam  o  cotidiano  de  trabalho  extremamente
estressante e criam um clima de permanente nervosismo.
Além destas repercussões, outro aspecto relevante que sustenta e amplia as conseqüências
nocivas  do  trabalho  estressante:  a  contaminação  da  vida  ‘fora  do  trabalho’  pelos  fatores
ansiogênicos da função (DEJOURS, 1988).
As   repercussões   de   condições   de   trabalho   penosas   são,   muitas   vezes,   de   difícil
identificação.  O  sofrimento  é  escondido,  negado.  Apenas  quando  os  comportamentos
tornam-se discrepantes desperta-se para esta questão. Entretanto, ainda que as repercussões
sobre a saúde mental apareçam de forma velada e sempre com referência a outras pessoas,
é enunciada continuamente nas falas dos motoristas, reconstituindo a percepção do trabalho
realizado como desencadeador de determinado desequilíbrio psico-emocional.
Entre os principais impactos organizacionais das condições de trabalho penosas, destacam-
se  o  aumento  do  absenteísmo,  da  rotatividade  e  dos  conflitos.  Segundo  Dejours  (1988),
pode  acontecer  que  um  trabalhador,  isoladamente,  não  consiga  manter  os  ritmos  de
trabalho  ou  manter  seu  equilíbrio  mental.  Forçosamente,  a  saída  será  individual.  Duas
soluções lhe são possíveis: a saída do emprego ou o faltas contínuas.
É a ausência ao trabalho que permite a continuidade na empresa. “ O sofrimento mental e a
fadiga  são proibidos de se manifestarem numa fábrica. Só a doença é admissível. Por isso,
o  trabalhador  deverá  apresentar  um  atestado  médico,  geralmente  acompanhado  de  uma
receita  de  psicoestimulantes  ou  analgésicos.  A  consulta  médica  termina  por  disfarçar  o
sofrimento mental: é o processo de medicalização, que se distingue bastante do processo de
psiquiatrização,  na  medida  em  que  se  procura  não-somente  o  deslocamento  do  conflito
homem-trabalho  para  um  terreno  mais  neutro,  mas  a  medicalização  visa,  além  disso,  a
desqualificação do sofrimento, no que este pode ter de mental”.
O   absenteísmo,   ausências   do   empregado   ao   trabalho,   foi   atribuído   nas   entrevistas,
inicialmente,  à  rejeição  aos  horários,  em  especial  nos  finais  de  semana.  Outros  motivos
apresentados,   em   ordem   de   importância   foram:   desejo   de   ser   demitido,   trabalho
desgastante,  doenças  e  problemas  particulares.  O  absenteísmo  desencadeia  uma  série  de
transtornos organizacionais, em especial relacionados à sobrecarga de trabalho para outros
empregados.
Outra  conseqüência  organizacional  importante,  referente  às  condições  de  trabalho,    é  a
rotatividade de motoristas. Ressalta-se, porém, ser esta uma característica do setor e que a
precariedade das condições de trabalho não é o único fator que influencia na rotatividade.
As condições de trabalho dos motoristas têm relevância social e política, pois as condições
penosas   refletirão   no   tratamento   rude   aos   passageiros,   na   direção   agressiva      e   na
depreciação do instrumento de trabalho. Estas práticas diminuem a qualidade e aumentam
o custo deste serviço.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A  melhoria  das  condições  de  trabalho  dos  motoristas  de  ônibus  coletivo  urbano  é
fundamental  para  que  se  possa  ter  um  serviço  satisfatório  para  a  população.  A  elaboração
de propostas conseqüentes e a implementação de mudanças, entretanto, é uma decisão que
extrapola a dimensão essencialmente técnica da questão.
O  transporte  coletivo  é  essencial  e  “requer  intervenções  cuidadosas  não  só  no  sentido  da
preservação  do  direito  social  ao  acesso  a  um  transporte  de  boa  qualidade  e,  mais  barato,
mas também no sentido da preservação do direito dos trabalhadores à sua saúde. Estas duas
questões devem ser compatibilizadas e não antagonizadas. Até porque no caso de um maior
estresse entre os motoristas de ônibus com a supressão do trabalho do seu auxiliar, pode-se
ocasionar no limite, ao longo do tempo, um aumento do número de acidentes de ônibus e,
aumentar os riscos de problemas de saúde entre motoristas.” (SOUZA, 1996).
Mudanças  nas  condições  de  trabalho  dos  motoristas  de  ônibus  coletivo  urbano  são  de
responsabilidade dos diversos atores envolvidos no processo. Melhorando as condições de
trabalho dos motoristas   poder-se-á ter um positivo efeito multiplicador no desempenho da
atividade considerada prioritária à população.
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALBRECHT,  K. 
O  gerente  e  o  estresse
:  Faça  o  estresse  trabalhar  para  você.  Rio  de
Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.
DEJOURS,  C.  Uma  nova  visão  do  sofrimento  humano  nas  organizações.  In:  CHANLAT,
J.F.(Cood.) 
O  indivíduo  na  organização:  dimensões  esquecidas. 
São  Paulo:  Editora
Atlas S.A., 1992.
DEJOURS, C.
 A loucura do trabalho:
Estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo:
Oboré, 1988.
GOUVEA,  Ronaldo  G. 
A  gestão  dos  transportes  públicos  em  Belo  Horizonte:  uma
questão metropolitana
.
 Belo Horizonte: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da
UFMG, 1992. (Dissertação, mestrado em Ciência Política)
HOFFMANN,  M.H.  et.  al.  Álcool  e  Segurança:  Epidemiologia  e  efeitos.  In: 
Psicologia
Ciência e Profissão
. Ano 16, n:1, CFP: Brasília, 1996.
MENDES,  L.  R.    Serviço  Essencial  X  Trabalho  Penoso:  Análise  das  Condições  de
Trabalho    dos  motoristas  de  ônibus  coletivo  urbano  na  cidade  de  Belo  Horizonte.
Belo Horizonte: CEPEAD/FACE/UFMG, 1987. (Dissertação de Mestrado)
RAMOS, R.E.B.
Condições de trabalho dos motoristas de ônibus - uma contribuição a
uma  abordagem  interdisciplinar  com  estudo  de  caso  no  Rio  de  Janeiro
.  Rio  de
Janeiro: COPPE/UFRJ, 1991 (Dissertação/Mestrado).
SIQUEIRA,  Moema  Miranda. 
Relações  de  Trabalho  em  hospitais  de  Belo  Horizonte.
Departamento  de  Ciências  Administrativas  da  UFMG.  Belo  Horizonte,  1991  (Tese,
Titular).
SOUZA, M.F.M.
Um estudo sobre o risco de distúrbios psiquiátricos menores entre os
motoristas e cobradores do sistema de ônibus urbano na cidade de São Paulo.
 São
Paulo: Faculdade de Medicina/USP, 1996 (Dissertação de Mestrado).


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